quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Enquanto isso, no lodo movediço cibernético...

Comentários

  • Francisco disse:
    10 Janeiro, 2008 às 2:10 pm

    A melhor forma de comprar com segurança e rapidez, agora ao seu alcance. www.opcoesilimitadas.com.br
    Muito trabalho e muito sucesso pra você.

  • Fernando William disse:
    21 Maio, 2008 às 1:44 pm

    A performance artistica de Deborah tem sido um dos grandes marcos da televisão brasileira. Algo que eu pude ter observado nessa bela e formosa atriz, é que quando esta apaixonada, deixa transparecer seus sentimentos, isso é muito percebivel, me deixando as vezes enciumado(rsrsrs)… Bjos Debby Te amo de coração

  • Aspásia Miranda disse:
    28 Agosto, 2008 às 9:55 pm

    A Dedé, eu a trato assim,pois me sinto sua amiga, de tanto carinho e admiração q tenho pelo seu trabalho. É a melhor atriz da sua geração.Parabéns Dedé, que Deus te abençoe sempre!

  • Guilherme disse:
    14 Outubro, 2008 às 6:53 pm

    Deborah Secco e linda d+
    e a um grande atriz, muito talentosa,simpatica
    amoooooo ela d+ =]

  • paulo roberto dos santos filho disse:
    5 Dezembro, 2008 às 7:39 pm

    eu amo a deborah ela e minha fa numero 1 ate brigo por causa dela gostaria de conheçer beijo deborah te amo……..

  • Luque disse:
    22 Janeiro, 2009 às 8:21 pm

    Francisco… chato é pouco.
    Fernando William… patético.
    Aspásia… Aspásia?
    Guilherme… proprio de platão.
    Agora, senhor Paulo Roberto dos Santos Filho…
    Faça-me um favor… a mina é sua fã? número 1 ainda por cima? “gostaria de conheçer”??? com c Cedilha?? Quem foi a puta que te pariu?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Próximo.

Eu deveria parar de beber, de fumar, de ter medo, de ser tímido, de ser mal humorado, de perder, de esquecer, de esperar, de lembrar, de me arrepender, de ficar em casa, de reclamar, de me eximir das minhas responsabilidades...
Mas não vou começar pela última.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

De sorriso no rosto

Ele ria sádico ao ver o pobre homem se contorcendo naquele beco imundo, no meio de barracos caindo aos pedaços. Com a cara na lama, o coitado ainda tinha que suportar mais alguns chutes no estômago antes do seu fim. Era típico torturar aqueles que se achavam “espertinhos” a ponto de querer ganhar “algum a mais em cima do meu legado”. Este pensou poder lucrar vendendo as drogas por um preço maior sem declarar ao patrão. Ignorante. Agora vai ter que aprender a lição. Choraminga como uma criança, implora pela família que tem que criar. Todo sujo, ensangüentado. O prazer dele é ver nos olhos de suas vítimas, intensamente torturadas, aquele brilho de esperança. Ilusão.

Imagem e semelhança. O padre prepara mais uma missa. A roupa na cor que a lei de Deus designa. Vinho, pão, sangue e corpo de Cristo. A igreja logo está lotada. “Dá gosto de ver”. É através dos santos sermões que ele vê crianças, mães, malandros e adultos criarem esperança sobre suas situações. “Ele a tudo perdoará”. No fim de tudo, o pare vê as pessoas caminharem para a porta que as levará de volta para a realidade. Ele sorri. Sádico.

Sábado, dia de colocar os pés no asfalto, bater uma pelada e aprontar algumas molecagens. Quando a patota se reúne, pode ter certeza, lá vem problema. A vítima da vez é o gato malhado da Dona Gina. Um deles corre pra dentro de casa em busca das bombinhas que mantêm escondido da mãe. Enquanto isso, alguém faz carinho no alvo. Uma linha de pipa, os fósforos da avó fumante, e execução está quase pronta. O mais encapetado da turma pega o gato, amarra a bomba no rabo do animal e triunfante acende o fogo. Triunfante porque teve até briga pra quem ia acender, e as garotinhas acham o máximo. O gato corre desesperado sem saber o que está acontecendo. BOOM. Gargalhadas de deixar sem ar.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Bom dia pra se ter alegria.

Quem sabe um dia eu acorde com vontade de levantar da cama. Provavelmente, nesse dia, o céu estará azul, muito azul, mas o calor do sol será gentil. Crianças, bonitas e de cabelos e peles sedosos, correrão felizes pelas ruas. Os vizinhos cumprimentarão uns aos outros e as calçadas estarão limpas e o ar puro e levemente húmido arrancará comedidas lágrimas daqueles um pouco mais atentos.
Nesse dia, então, serei feliz; estou certo de que serei feliz: cagarei nas escadas da catedral e ainda vejo se me enforco na prefeitura.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Clavícula de Aquilles

Nasceu no mês de março em uma maternidade bem no centro de São Paulo. Os pais já haviam escolhido o nome, Aquilles. Parto normal, bebê saudável, perfeito. Mário soube pela enfermeira e nessa hora sentiu o instinto paternal lhe tomar, escapar pelo suor. Alternava momentos de alegria e insegurança diante do peso da responsabilidade que a paternidade colocava em seus ombros e, inquieto, falava sozinho, ora chorava, ora sorria e andava sem parar pelos corredores do hospital. Seu orgulho, em alguns momentos, dava lugar à perturbação que sentia ao lembrar que dois dias antes, todo o dinheiro que tinham na caderneta de poupança fora confiscado, sem mais, sem menos...
Mário não conseguia se recuperar financeiramente. Havia feito tantas dívidas por conta do confisco que quando finalmente devolveram o dinheiro da poupança, um ano e meio depois, o que recebeu mal deu para sanar a dívida que havia feito pra prover o que a família, agora completa, precisava. Trabalhava numa porta de venda, onde cabia apenas um carro e se alegrava quando aparecia um precisando de conserto, mas nunca cobrava mais do que o que considerava justo. Pouco tempo depois, a escassez de serviço fez com que Mário não conseguisse pagar o aluguel da casa de dois cômodos onde moravam e sem alternativa, decidiu levar Quil e a mulher para o pequeno galpão onde trabalhava. O lugar havia sido ocupado há um bom tempo por um colega de profissão de Mário, Chico, que agora decidira voltar para sua terra natal. Chico aceitou uma televisão e um aparelho de som em troca do que havia construído. A família levou um guarda-roupas, uma geladeira, uma cama, fogão e o berço de Quil e se instalaram no fundo do galpão, atrás de uma divisória feita com cortinas. Viviam precariamente, sem luxo algum e quase tudo que Mario ganhava, guardava. Cinco anos depois, Mário havia juntado dinheiro para alugar um salão e montar uma modesta oficina em um bairro mais movimentado, o que lhe traria mais clientes. Conheceu Alcides, conhecido como Cidão, que no início propôs-se a cuidar da papelada, da parte burocrática e ajudá-lo a encontrar um bom ponto. Depois disse à Mário que tinha um capital para investir e que juntos poderiam montar não só uma mecânica, mas uma grande oficina, com funilaria, pintura... conseguiriam funcionários que trabalhassem por comissão e dividiriam todo o lucro apenas entre eles dois. Convencido, Mário aceitou a sociedade e concordou em depositar sua parte em uma conta empresa que abriram, ele e Cidão como titulares. Foi dormir mais esperançoso do que nunca e sonhou com o dia que tiraria sua família daquele fundo de galpão e este dia estava cada vez mais perto em seu sonho. Na manhã seguinte, trabalhou naquele que pensava ser o último carro que consertaria naquela oficina. À hora do almoço, recebeu uma ligação do dono do galpão que alugaram na Av. da Aclimação dizendo que o cheque do primeiro aluguel havia "voltado" por falta de saldo. Ligou para o gerente que o informou que Alcides havia ido à agencia naquela manhã e sacado todo o dinheiro da conta da oficina mecânica, inclusive causando certo tumulto, esbravejando contra o banco, reclamando da fila e dizendo que seu amigo Mário é que tinha razão, deveriam abrir uma conta no Itaú. Cidão sumiu. Mário foi em todos os lugares em que poderia encontrá-lo mas ninguém soube dizer seu paradeiro. Atordoado, arranjou um revolver calibre 38, e absorto em seu desejo de justiça, ignorou os apelos da mulher, beijou o filho que dormia e saiu dizendo que só ele poderia fazer aquilo, mas que voltaria logo, com tudo o que lhe haviam roubado. Voltou, uma semana depois, só com a arma e tão atordoado quanto quando saiu.
Aquilles começou a estudar, em escola pública. Anos depois, seu pai, cansado da instabilidade de autônomo, e com certa insistência da esposa, aceitou ser funcionário de uma oficina que lhe pagaria um salário fixo e mais comissões por cada conserto, dependendo do orçamento. Chegava sempre muito cedo na oficina. Certo dia, Sr. Joel, o dono do negócio, propôs a Mário que todas as manhãs levasse seus filhos à escola e em troca, todo mês, daria um presente extra a ele, ou à sua esposa, ou um brinquedo ou roupas para Achilles. Mário aceitou. Aproveitava e levava Quil, que se constrangia ao descer do carro de luxo em frente à escola velha e ser visto por seus colegas de classe que iam à aula descalços. Tinha medo de ser confundido com um menino rico, de o acusarem de esnobe, de apanhar dos mau-encarados. Sentiu tudo ao mesmo tempo nos dois primeiros dias que seu pai lhe deixou à porta. Por isso, como era o último a descer, passou a pedir ao pai que o deixasse sempre um pouco antes. A cada dia odiava mais ir para a escola naquele carro, e enquanto os filhos do dono da oficina, Junior e Caio, falavam de suas férias na Dysney ou caçoavam dos mendigos dormindo na rua, ele sacava um gibi da sua mochila e se afundava num canto do banco de trás. Acima de tudo, Quil odiava quando chegava o destino de um deles. Abriam a porta, desciam sem dizer uma palavra, nem um "obrigado" ou "até mais" e despejavam, propositalmente, toda força dos seus braços bem nutridos pra fechar a porta... percebia no semblante de seu pai a resignação diante daquilo. Nunca esqueceu aquela expressão. Depois de um mês, Mário passou a buscá-los na saída da escola também e então fazia o trajeto primeiro pegando Quil e depois Caio e Junior. Não era um percurso longo. Quil já havia decorado completamente e sabia até atalhos que as vezes seu pai usava pra escapar do trânsito. Em uma tarde, ao chegar na escola do filho mais velho do chefe com quarenta minutos de atraso, Caio abriu a porta do carro e começou a berrar: "- Seu idiota, você ta fudido, to aqui ha quarenta minutos... pra pegar seu filho você não se atrasou, tenho certeza... meu pai vai te pôr no olho da rua, idiota." Mário quis explicar que o trânsito estava ruim mas foi interrompido. "- Cala a boca imbecil, não quero ouvir sua voz." Pegaram Junior, que entrou no carro e apenas perguntou se o trânsito estava ruim. Caio logo berrou que era o "idiota" que havia se atrasado pegando o "filhinho". Comentou que deviam estar passeando e bancando os ricos com o carro que era do pai deles. Naquela noite, Quil disse ao pai que a partir do dia seguinte, sairia da escola assim que batesse o sinal e andaria a pé até a escola de Caio. Assim seu pai economizaria tempo e não pegaria tanto trânsito. No outro dia, assim que soou o sinal, Quil enfiou tudo dentro da mochila e disparou. Correu pelas calçadas desviando das senhoras assustadas, pulando buracos e degraus, como se seu corpo demonstrasse uma felicidade que por dentro não sentia. Ia lembrando do rosto do pai sendo humilhado por um burguesinho de treze anos e quando avistou Caio, em frente a escola, peito estufado, braços cruzados, pensou em não chegar perto, mas mudou de idéia... "- Oi Caio, ontem combinei com meu pai que viria até sua escola a pé pra que o caminho fique mais curto e ele não se atrase mais... Ele me disse que seria melhor a gente esperar um pouco mais pra baixo porque aqui na frente enche de carros na hora da saída." Caio reclamou: "- Mas que merda! Vou ter que andar agora?", e saiu andando na frente de Quil. Foram descendo a rua na direção que Quil havia apontado. Depois da segunda quadra havia um cruzamento de ruas onde ônibus subiam muito embalados pois vinham de uma descida e só havia uma parada nessa rua, no começo da descida. Quando estavam perto dessa esquina, Quil, que vinha uns três metros atrás de Caio, prestando atenção ao barulho da rua, percebeu que havia um ônibus subindo. Com dois passos estava ao lado de Caio. Agarrou seu braço e deu mais dois passos arrastados. Sorria. Parecia brincadeira de colegas de escola mas quando o motorista viu, havia passado sobre a cabeça do garoto. Quil deslocou a clavícula.

A galinha, a flor, o homem e a paciência

Pouco importa quem veio primeiro, o ovo ou a galinha. Depois que o casal galináceo se enamora, é inevitável que uma dúzia de ovos apareça. É como passar a bola de boliche na caçapa de sinuca. Então, da merda dá-se à vida. Dentro daquela fina casca, o futuro pintinho vai se formando. Enquanto gema e clara, é fácil se manter lá. Quando o corpo vai se tornando sólido, a casca deve começar a incomodar. Incomoda, incomoda, incomoda, incomoda. Até que um belo dia o animalzinho perde a paciência e chega à conclusão que ali não dá mais pra ficar. Fórça, geme, pára. Tenta de novo. E finalmente tem que fechar os olhos por culpa do Sol.

O tempo passa, e o pintinho se transforma em uma galinha, ou galo. E como todos os animais, precisa fazer suas necessidades físicas, e o bode expiatório é a terra. Essa, que por sua vez, recebe sementes do ar, dos pássaros e das plantas. Como o chão está adubado, as sementes fecundam. Logo, da merda dá-se à vida. Assim como o ovo, a semente é uma casca, e assim como os dois a terra também. Perde-se a paciência uma vez, para estourar a semente, e perde-se a paciência de novo para perfurar a terra, encontrar o Sol e florescer esbanjando beleza.

Fugindo a lógica, o homem não nasce da merda propriamente dita. Mas, não tem problema. Ele aprende a andar em duas pernas, a falar, a ler e, o mais repugnante, a manter a paciência. Estuda o que não quer, trabalha com o que não gosta. Cria-se então uma casca. Ao invés de tentar quebrá-la, o homem se esconde nela do patrão, da mulher, de si. Entre um copo e outro de alguma bebida ruim, ele até perde a paciência, mas só reclama e tropeça nos próprios pés, até cair no chão. Portanto, para os homens, da vida dá-se à merda.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

cheguêmo

aôôôô, trem que pula!!!